https://www.youtube.com/watch?v=zNTuya0ACzU
Bambuí nas Trilhas da Picada de Goiaz
domingo, 24 de julho de 2022
Antônio Camilo da Cunha (2º)
Nasceu em Passos-MG, em 14 de agosto de 1882 e faleceu em Bambuí em 17-01-1960. Filho de Antônio Camilo da Cunha e Valentina Umbelina de Magalhães. Casado com Estela Matutina da Cunha (N. 1890. F.23-05-1913 – filha de Custódio Vicente Machado e Ana de Rezende Machado). (Prat. 10-1). O casal teve os seguintes filhos: Clarindo Camillo da Cunha (N. 1911. F. 01-05-1931) e José Camilo da Cunha (N. 1913). Ainda solteiro uniu-se a Maria Salvina de Jesus com a qual teve os filhos: Maria Salvina da Cunha (Ou Maria Augusta de Jesus – casada com Bráulio Machado de Faria), Geraldo Salvino da Cunha (Ou Geraldo Alves Ferreira). Com Joana Maria de Jesus que foi casada com João Inácio de Souza reconheceu, em testamento as filhas: Maria Batista de Souza (Ou da Cunha) e Virgínia Maria de Souza (Ou da Cunha) que eram registradas em nome de João Inácio de Souza. (Maço 91 – 92 – “A” e Maço 06 – 3º Of- Testam.). Teve com a mesma Joana Maria de Jesus os filhos: Genésio Camilo da Cunha (DM)e Ana Maria da Cunha (Ou Ana Camilo da Cunha -DM). Provavelmente teve outros filhos, falecidos antes de lavrar testamento em 21-02-1959. Foi um dos primeiros que tentou a garimpagem aqui na região depois das tentativas de Inácio Correa Pamplona. Trouxe para cá os baianos Abner e Mateus nos anos de 1920 que, entre outros, garimparam no rio samburá, abaixo da Cachoeira da Fivela, nas imediações da Ilha do Eme, tendo encontrado alguns valiosos diamantes. Era um homem de poucas ambições vivia modestamente, embora fosse sem dúvida, uma das grandes fortunas na região (Mun. Mineiros de 07-56). Ver mais no meu livro. Nota: São confusos os Títulos dos Herdeiros contidos nos inventários e arrolamentos ligados ao senhor Antônio Camilo da Cunha, por isso pode haver erros relativos aos filhos de suas relações extraconjugais.
(Biografia em construção, por Lindiomar Silva)
37Reginaldo P. Miguel, Antonio Claret Rocha e outras 35 pessoas
quinta-feira, 1 de julho de 2021
Fatos marcantes da história de Bambuí
Em
comemoração aos 135 anos de emancipação política de Bambuí, neste ano de 2021,
preparamos um vídeo destacando os FATOS MARCANTES DA HISTÓRIA DE BAMBUÍ, desde
os primórdios de nossa história. Esses fatos, estarão em meu próximo livro
Efemérides Bambuienses ainda a ser lançado
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
O Polêmico Nome de Bambuí
Rua José Augusto Chaves - Matriz antiga - fundo |
Década de 20 - Bambuy (Com "Y" apenas) |
Estação Ferroviária - Bambuí com "HY" |
Bambuí talvez seja a cidade
brasileira cujo nome tenha mais significados. E, quando o nome de uma cidade
tem vários significados, pode ser que nenhum destes seja o verdadeiro. Todos
esses nomes acima foram levantados pelo professor Nelson de Senna, publicado no
jornal bambuiense “O PHAROL” em oito de maio de 1921. São vários os
significados podendo significar que nenhum deles defina realmente o que seja
BAMBUI, BAMBOI, BAMBUHY, BAMBUY ou BAMBUÍ. As grafias antigas do arraial como
ocorre no mapa elaborado por José Joaquim da Rocha em 1780 encontramos duas
grafias: O rio é Bambui e o arraial é Santa Anna do Bamboi.
O professor Waldemar de Almeida
Barbosa no seu livro Negros e Quilombos em Minas Gerais (pág.50) quando fala de
um dos quilombos existentes aqui na região se refere ao Quilombo do “Mamboi”.
Às vezes esse mesmo quilombo recebia o nome de “Mammoí”. Note-se que não era
comum grafar o nome do rio ou do arraial com a terminação “hy” ou com “y”. A
grafia acrescida de “hy” ou com “y” passou a ser comum no século XX
muito provavelmente após alguma reforma ortográfica (entre
1907 e 1996 o Brasil firmou com países de língua portuguesa –CPLP- nada menos
que 14 tratados ou acordo ortográficos). Na língua tupy o sufixo “hy” ou
simplesmente “y” significa “água”, “rio”. Ocorre que os índios caiapós não
falavam a língua tupi ... Segundo o colega Tarcísio J. Martins “Um
verdadeiro indianismo mineiro não falaria tupi ou guarani. Falaria as línguas
botocudas, jês ou tapuias dos verdadeiros índios que até hoje habitam nossa
terra mineira e que ninguém tem se preocupado em ajudar na demarcação de suas
terras e na preservação de sua cultura e sua língua”129. Entretanto, é um mistério o fato de algumas cidades da
região terem a origem de seus nomes ligadas à linguagem tupi-guarani, como por
exemplo: Araxá, Piumhi e Iguatama, entre outras. A explicação para essa questão
pode estar ligada ao tupiniquismo.
A
mudança ortográfica que alterou a grafia de Bambui para Bambuhy induziu
muitos historiadores ao erro acreditando estes que o significado do nome tem origem indígena. Quem teria, então,
batizado a região? Quando o primeiro ou os primeiros homens brancos tomaram o
rumo dessa região, em 1720, o nome já era conhecido. Um dos quilombos existentes tinha
nome muito próximo da grafia atual: Mamboi. Como desambiguar esse
“imbróglio” de um nome de uma cidade ter vários significados? A explicação pode
estar bem longe daqui. Mais precisamente na África Ocidental em um país chamado
Camarões. No Noroeste, no departamento de Mezam, cuja capital é Bamenda existe
uma tribo ou comunidade com aproximadamente dez mil pessoas (1983) com o nome
de Bambui (coordenadas: 6° 3' 0" N, 10° 14' 0" E )132 e que falam dois dialetos: Bambili e Bambuí. Esses
dialetos têm derivações: Bambili deriva para Mbili, Mbele e Mbogoe e Bambuí
deriva para Mbui. Retornemos ao nome do quilombo Mamboi. Mesmo
não sendo especialista em linguística, percebemos que a derivação nos dois
dialetos substitui a letra “B” pela letra “M” como grafado no nome do quilombo.
Como explicar, então essa coincidência de existirem duas Bambuís? A única
diferença ortográfica é que a Bambuí de Camarões não tem o acento agudo no “i”.
A explicação mais plausível e que explica a origem do nome é que a região foi
batizada pelos negros quilombolas que vieram como escravos dessa região
homônima. Não era incomum, os negros quilombolas batizar sua nova terra com
nomes dos lugares de onde foram sequestrados na África, conforme provamos em nosso livro.
Resumindo:
Quem nomeou o quilombo que nomeou o rio e que depois nomeou o Arraial de
Sant”Anna do Bambuí, foram os negros africanos e não os índios Caiapós.
*Publicado no jornal Ponto de Vista de 10-06-2011.
No mapa de José Joaquim da Rocha-1780- o Rio era Bambui e o arraial S. Ana do Bamboi |
domingo, 29 de maio de 2016
EM BUSCA DA CAVERNA DA CACHOEIRINHA
Em 21 de abril de 2016 estivemos Luis Henrique
Teixeira (Funcionário Publico Federal, nosso guia), Diovanni Resende (Geógrafo e espeleólogo)
e eu, em Cachoeirinha, Distrito de Córrego Danta-MG, na fazenda do Sr. Jonas Teixeira,
para conhecermos uma caverna existente naquela localidade. A caverna fica a uma
distancia de aproximadamente 5 km da BR-354. A entrada está pouco acima do
Viaduto da Serra, à esquerda. Tomamos a estrada de acesso, estreita
e muito perigosa, bastante acidentada.
Encontramos na fazenda o Sr. Jonas que permitiu-nos a visita à caverna e nos
indicou o melhor caminho para atingirmos nosso objetivo. Depois de 20 minutos
de caminhada, alcançamos o pé de um maciço onde se encontra a caverna. É uma
cavidade pequena mas muito interessante. Deve ter um 8 metros em sua parte mais
profunda e uns 3 a 4 metros de altura em sua entrada. As rochas internas são
bem claras e lembram mármore (a três quilômetros do local existe uma mina de
exploração de mármore iniciada na década de 40, atualmente desativada). Algumas
inscrições de alguns visitantes recentes estão bem visíveis. Embora tivéssemos
informações da existência de pinturas e escritas rupestres, isso não se
confirmou. As inscrições lá existentes são obra de vândalos modernos. Uma
pequena parte em uma rocha tem início da formação de calcita (A Calcita
ou Calcite, é um mineral com composição química CaCO₃, com clivagem perfeita e romboédrica Cristaliza em
uma grande variedade de formas e também como estalactites. Pode ser
fluorescente e fosforescente. Wikipédia)
ou algo semelhante com um brilho peculiar. Embora estivéssemos bem equipados,
com máscaras, inclusive, não foi necessário usá-las, pois, a caverna é bem arejada e curiosamente
não tem morcegos, uma raridade. Fizemos um rastreamento com Detector de Metais (Fisher) no interior e adjacências da caverna e encontramos apenas dois pequenos objetos de ferro. Uma pedaço pequeno (5cm X 4,5cm) de uma chapa que lembra uma capa de baioneta e um prego bem antigo desses feitos em forja. A primeira peça citada estava tão danificada que a descartamos. Aproveitamos a nossa viagem e estivemos em um sítio arqueológico indígena, nas proximidades, de onde recolhemos dois pequenos fragmentos de igaçaba (urna funerária de indígenas), que devem ser de uma das três tribos que existiram na região: Caiapós, Puris ou Araxás. Considerando o tom claro das rochas internas da gruta, e levando-se em conta que ela não tem nome, bem que poderíamos nomeá-la “Gruta de Mármore”.
Posição geográfica |
Nosso Guia Luis Henrique Teixeira |
Blocos de Mármore? |
Admirando... |
Calcita em formação |
Vandalismo |
Detectando |
Diovanni Resende |
Linha vermelha: Parte da rota de chegada |
Fazenda próxima da caverna |
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Em busca do Quilombo do Ajudas
Nosso guia Sr. José Leandro
O Geógrafo Diovanni Resende
Ponte sobre o Ajudas próxima à barra do Corrego do Quilombo / Ajudas
Barra do Córrego do Quilombo com o Rio Ajudas
Peça encontrada nas ruínas da antiga sede da Fazenda Quilombo 10 x 4,5cm
Vista geral da Fazenda do Quilombo
EM BUSCA DO QUILOMBO DO
AJUDAS
Prosseguindo em nossa missão de tentar localizar os quilombos que
existiram na região de Bambuí, Medeiros, Tapiraí, Córrego e Danta e Luz,
estivemos no último dia primeiro de Maio, na região do São Leão. Nossa
expedição, além de mim e o geógrafo Giovanni Resende, contou com Sr. José
Leandro de 70 anos, integralmente vividos na região. Ele conhece cada palmo daquela
região. Não conseguiríamos um guia melhor. Delimitamos nossas buscas nas terras
da Fazenda do Quilombo, de propriedade do Sr. Irê Isoldino da Silva Borges, que
recebeu esse nome por ter existido ali o Quilombo do Ajudas (ou Ajudá), destruído
por Bartolomeu Bueno do Prado em 1759. Relatei em meu livro e DVD Bambuí nas
Trilhas da Picada de Goiaz, página 80 a referencia a esse quilombo A
fazenda do Quilombo, que era enorme, foi com o passar do tempo, sendo subdivida
pelos herdeiros do antigo proprietário. Iniciamos nossa expedição a partir das ruínas
de uma das subsedes da fazenda que segundo nossa guia era uma grande casa com
varanda bem ao estilo das sedes das antigas fazendas. Seguimos para a barra do
Córrego do Quilombo com o Rio Ajudas, uma região com muitas matas e bem
preservada. Daí, retornamos até o local onde encontramos as ruínas da principal
sede da Fazenda Quilombo. Neste local, realizamos uma rápida varredura com detector
de metais e encontramos um objeto enterrado que parece ser uma ferramenta antiga
de ferro de 10 X 4,5cm(veja fotos em), porém ainda não conseguimos identificá-la.
Existe, nesse local, as condições para que fosse ali o Quilombo do Ajudas. Mas,
não podemos afirmar com certeza o local exato de existência do quilombo. Nossas
buscas não terminam com essa expedição. Baseando-se nas marcações de Latitude e
Longitude realizadas no local, observaremos via Google Earth os locais visitados,
se existe sinais de algum Val construído pelos negros aquilombados ou outros
sinais que nos leve a buscar mais evidências. É uma missão dificílima, sabemos,
mas não custar tentar. Ninguém, até hoje, realizou esse trabalho de pelos menos
tentar localizar esse quilombo. Nós nos propomos realizar esse trabalho e
estamos realizando. Falta-nos ainda tentar localizar, também, o Quilombo da
Marcela ou Indaial, este localizado na Fazenda da Marcela no município de Luz e
retornar ao provável local do Quilombo do Bambuí. Brevemente realizaremos essas
buscas.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
BUSCANDO OS QUILOMBOS DE BAMBUÍ
Temos por
propósito encontrar a localização dos três mais conhecidos quilombos da região
de Bambuí, os quilombos da PERDIÇÃO, AJUDA e o mais famoso e maior de todos o
Manbui ou BAMBUI. Este último, um quilombo com 150 casas e aproximadamente 900
habitantes destruído em 1759 por Bartolomeu Bueno do Prado em uma luta desigual,
onde vários negros foram mortos “tendo o rio Bambuí por sepultura” e muitos
outros foram aprisionados e trocados por “tomadias”. Não é tarefa fácil
localizar o lugar exato onde existiram esses quilombos. As construções deles
eram precárias, casas de pau-a-pique e muitas vezes não deixaram vestígios.
Mesmo assim, nos propomos a tentar localiza-los. Meu companheiro nesta tarefa é
o competente geógrafo Diovanni Rezende. Começamos nossa busca pelo mais fácil
de ser localizado, o Quilombo da Perdição. Existiu no local hoje conhecido por
“Baixada dos Coqueiros” um maravilhoso lugar situado entre o Morro do Tigre,
Serra do Urubú e bem protegido pelo Rio Perdição. Local de difícil acesso nos
limites de Córrego Danta com Tapiraí. Utilizando um Detector de Metais,
conseguimos encontrar, na “Baixada dos Coqueiros, uma pequena peça metálica com
uma leve curvatura, que poder ser parte de um elo de uma corrente, daquelas
antigas, usadas para aprisionar os escravos. Tínhamos programado voltar ao
local, no último final de semana, com o especialista em varreduras Vandeir
Santos, que viria de Contagem-MG, e munidos de detectores mais potentes para um
rastreamento mais caprichado do local. Infelizmente isso não foi possível, pois
o proprietário da fazenda negou a autorização para nossa prospecção e varredura
no local. Essa é só mais uma dificuldade muito comum para nós pesquisadores.
Mas, somos insistentes. Vamos dar um tempo ao Quilombo da Perdição e vamos
redirecionar nosso foco em direção ao QUILOMBO DO AJUDAS ou ao QUILOMBO DO
BAMBUÍ. Nestes dois, nossa dificuldade será muito maior. O Quilombo do Ajudas
existiu em algum lugar entre a margem esquerda do Rio Ajudas e a margem direita
do Córrego do Quilombo. Neste local há a Fazenda do Quilombo de Propriedade do
Sr. Irê Izoldino. É nesta fazenda que o quilombo existiu. Já o Quilombo do
Bambuí “existiu em algum lugar situado entre o rio Bambuí e o rio Perdição ao
Norte de Bambuí, Sul de Córrego Dantas e a Leste de Tapiraí”. Caso encontremos
esse, poderemos também encontrar o Quilombo do Indaial que era frontal ao
Bambuí, porém, na margem esquerda do rio da Perdição.
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